quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Informação 32 – Navegação Visual e Estimada para Pilotos Privados (PP)


Esta é uma postagem comentada por um amigo de Belém do Pará que está fazendo o curso de Piloto Privado (PP). Neste curso a navegação ensinada e utilizada é para condições de Voo Visual (VFR), ou seja com tempo bom.
Mas o que é a navegação?
É o conhecimento de conduzir um veículo (carro, navios, avião e etc.) de um ponto “A” a um ponto “B”, com segurança e determinando sua posição a qualquer momento.

Navegação Visual

Esta foi a primeira forma de navegar utilizando as referencias visuais no solo, como: Lagos, rios, montes, montanhas, depressões, cidades, linhas férreas e outros. Atualmente é pouco usado na aviação, mas ainda ensinada para compor e ajudar na navegação estimada.


Para os “Voadores Simuleiros”, só se consegue efetuar estes tipo de voo de forma satisfatória com a inserção de cenários complementares aos da construção inicial dos simuladores, os chamados cenários Mesh (cenários de relevo). Estes podem ser encontrados na internet e sugiro algumas fontes:

Para o FS 2004
Cenários aeródromos: http://fsbrasil.wordpress.com/
Para o FSX

A prática deste tipo de navegação na aviação real é basicamente seguir pontos como uma estrada, uma linha férrea, um rede elétrica,  o litoral, um rio e tec., até o destino, sem se preocupar com tempo, velocidade e outros fatores.

Navegação Estimada

Nesta forma, além de utilizar o elemento de observação da navegação visual, é agregado a esta, alguma tecnologia e cálculos que propiciam determinar: o tempo total de voo entre os pontos; tempo estimado até várias referências ao longo do percurso; a velocidade e o combustível necessário para o voo.
Como instrumentos necessários para este tipo de navegação, destacam-se: Mapas/cartas aéreas para voo visual (VFR na escala de 1/1.000.000); calculadora; réguas; transferidor; bússola; relógio e o velocímetro da aeronave.
A ideia é gerar uma sequencia de pontos ou referências a cruzar, confirmando a certeza da rota e a regularidade dos tempos nos mesmos. A influência atmosférica, através dos ventos é o grande causador destas alterações de regularidade.

Aplicando a teoria
Alguns dados são necessários e como exemplo, simulamos um voo entre SBBE (Val de Cães) a SNKX (MOJU/Marborges,) com uma aeronave Cessna 172 (VI cruzeiro de 100Kt e consumo de 30Kg/h de combustível).

  • Distancia: a distância entre SBBE e o SNKX pode ser conseguido com a medição sobre a Carta Aérea (escala 1/1.000.000 que cada 1cm=10Km) e o auxílio de uma régua. Unindo os pontos, A e B, encontramos a medida de 6,7cm. Daí multiplicado este valor por 10 achamos a distância de 67km ou 36NM.

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  • Proa que voaremos: a proa é conseguida com a ajuda do transferidor. Colocando o seu centro sobre o ponto SBBE (A) e orientando o seu Norte (0º/360º) para coincidir com Norte da Carta Aérea, teremos na interseção da linha de rota, traçada anteriormente e o transferidor a leitura da proa verdadeira (PV). Neste caso é 195º. Esta PV (Proa Verdadeira) deve sofrer uma alteração para o valor da PM (Proa Magnética), já que o que nos interessa é seguir a proa baseada na bússola que sempre aponta para o Norte magnético da Terra. Esta diferença entre Norte verdadeiro da Terra e O Norte magnético da Terra tem o Nome de Declinação Magnética. Toda Carta Aérea tem este dado de Declinação Magnética, expresso entre linhas tracejadas que deve ser somado ou diminuído da PV. Esta operação de soma ou diminuição sobre a PV, depende da área da Terra. Se o local estiver a Leste (E) do meridiano de Greenwich, a Declinação será diminuída a PV. Caso contrário, se este estiver a Oeste (W) do meridiano de Greenwich, a declinação sofre soma em relação ao valor da PV. Assim sendo, a nossa PV encontrada no exemplo abaixo é 195º e a Declinação Magnética para esta área é igual a 19ºW. Então a nossa Proa Magnética será para a simulação de 214º.

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  • Altitude a ser voada: Com base na PM e utilizando uma tabela de Níveis de voo VFR teremos as altitudes possíveis a voar, tomando o cuidado para que a mínima altitude fique acima do maior obstáculo representado na Carta Aérea para esta área. Então como a proa representa o lado fica no lado de níveis ímpares da tabela de nível VFR e o maior obstáculo na rota fica a 700pés, optamos pelo nível inicial da tabela que é de 3.500 pés como altitude de cruzeiro.

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  • Velocidade: a velocidade utilizada para cálculos é a Velocidade Aerodinâmica (VA) da aeronave em cruzeiro e Sabendo que a VA é a VI (Valor do velocímetro do avião), acrescida de 2% para cada 1.000pés que subimos (a grosso modo – ideal utilizar um computador de voo para este calculo). Então baseados na altitude acima escolhida para voo, 3.500pés, multiplicamos 3,5 X 2% e achamos 7% que acrescido ao valor da VI (100Kt), nos dará uma VA de 107Kt.

  • Tempos de voo: com a Velocidade e a distância, podemos através da utilização de uma regra de três simples, achar o tempo total de voo ou de todos os pontos a serem passados e escolhidos na Carta. Então podemos fazer uma planilha conforme imagem abaixo:
 
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Como temos uma rota curta, optei por apenas dois pontos de conferência entre SBBE e SNKX. O primeiro fica à 08 minutos de SBBE que é uma rede elétrica e o segundo à 13 minuto da nossa partida que é a curva do Rio Moju. Lembro que neste caso é escasso as referencias pelo voo acontecer em área de Floresta.

Bons voos!

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